quinta-feira, 28 de abril de 2011

Objeto de desejo.



Quando falamos de desejo, amor, erotismo e gozo, encontramos uma série de impedimentos e restrições para falar sobre isso. Sejam restrições externas (sociais, culturais, interpessoais) ou internas (autocrítica, vergonha).

Ao desenvolver um projeto que lide, essencialmente, com o erótico e o objeto de desejo, passaram pela minha cabeça várias questões, entre elas: Se havia alguém interessado nessas questões artisticamente além de mim, se era possível expressar coisas que, quando desvendadas, perdem seu encanto, se eu e aqueles que escolheram trabalhar comigo seriam capazes de aceitar a ambiguidade da linguagem artística para expressar algo que, quando transformado em discurso, se torna unilateral.

O projeto "O que está aqui está em todo lugar, o que não está aqui está em lugar nenhum" tira seu nome de um axioma filosofia tântrica, filosofia oriental que assume que tudo faz parte do uno, que a realidade no pode ser dividida. Dessa forma, os impulsos eróticos e sexuais fariam parte da ascensão espiritual. Partindo desse princípio, assumi que o erótico pode e deve aparecer no objeto artístico, e, numa proposta mais desafiadora, pode ser o foco central de uma obra.

Eu e aqueles que escolheram embarcar nessa jornada comigo começram a desvendar os caminhos da mente erótica através do processo tântrico, passando pelo BDSM (Bondage, Dominação e Sado-Masoquismo) até chegar em uma expressão estética de seus anseios.

Esse processo e seus produtos serão mais detalhados nos posts seguintes.

Yuri Kotke

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