O Coletivo de Diretores ES3, na qualidade de co-organizador do I Circuito Regional de Performance Bode Arte, vem por meio desta nota esclarecer uma situação que ocorreu dentro do evento com a performance “Des Em Cacho” do performer Vítor Salessi, que diz respeito a questão ética do artista para com a organização do evento.
O evento foi estruturado para funcionar em uma perspectiva de não curadoria dos trabalhos selecionados, uma vez que a principal moeda de troca para que os artistas participassem do Bode Arte seria a participação deles no fórum, onde os detalhes de cada trabalho seriam debatidos de forma que todos que participassem ficassem cientes de cada trabalho. Para isso, contávamos, com com que o performer de uma maneira geral, tratasse do seu trabalho com integridade e verdade, para que nós da organização, pudéssemos tentar prever todos os percalços que as ações performáticas poderiam causar.
O que de fato aconteceu, foi que o referido performer Vítor Salessi, ao se inscrever no evento, descreveu na ficha de inscrição como seria a sua ação, mas omitiu fatos importantes que viriam a comprometer não somente o andamento de seu trabalho, bem como colocando em risco a saúde do público presente. Salessi, sem nos avisar, decidindo de última hora, resolveu tomar comprimidos tarja preta com cachaça, o que afetaria a sua percepção da realidade no momento da realização da performance.
Nós do Coletivo ES3, reconhecemos que alguns artistas da Performance Arte, estudam e experimentam em seus trabalhos a alteração de seus estados de consciência, procurando manter um determinado controle para que não haja riscos a saúde de terceiros. Caso nos tivesse avisado, teríamos tomado todas as devidas precauções para que não prejudicassemos nem a saúde do Vítor, nem a saúde do público e nem mesmo a saúde do espaço onde ocorreu o evento, já que o performer sem controle do seu estado de consciência, muitas vezes colocou em risco a estrutura elétrica do espaço ao empurrar água para perto de uma fiação elétrica.
Nós do Coletivo ES3, percebemos que algumas pessoas do público, passado algum tempo de performance, saíram de perto do recinto onde a ação estava acontecendo e aplaudiram a apresentação na esperança de que terminasse o mais rápido possível.
Nós condenamos qualquer atitude que, venha a ferir o princípio ético ao qual o evento se propôs, de que cada artista deveria nos avisar sobre detalhes que pudessem por em risco a sua saúde bem como a de terceiros.
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