Estou de volta de Recife onde participei da Virada Multicultural-Conexão Nordeste. No geral fomos muito bem recebidos com passagens, estadia e um motorista a nossa disposição. Me apresentei no pátio que interliga os teatros Apolo
e Hermilo, sendo o primeiro o teatro mais antigo da cidade. Por lá encontramos figuras maravilhosas como o diretor do Teatro Apolo, Vavá Schön-Paulino, que desenvolve uma série de projetos de interações artísticas, formação em Teatro e de Residência no Teatro e o próprio Rodrigo Dourado, que apenas conhecia virtualmente.
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| "Corpo Manifesta" Foto: Pâmela Guimarães |
Chegamos no Teatro Apolo por volta das 21h para a organização dos materiais da performance que tinha seu início previsto para as 02h. Devido à antecedência da nossa chegada, ainda tivemos a oportunidade de assistir o experimento "Do Concreto ao Mangue Aquilo que meu Olhar Guardou pra Você" e a performance "Pogobol" da performer baiana Paula Lice, que conhecemos no evento. Por lá também encontramos o pessoal do Projeto Cadafalso, Totem, Maicyra Leão, Mary Vaz, Charlene Sadd e Pâmela Guimarães, foi uma ótima oportunidade para colocar o papo em dia e matar as saudades.
Como as performances aconteciam em diferentes espaços dos teatros, não tive oportunidade de assistir a todos os trabalhos, mas foi maravilhosa a troca estética com os grupos presentes. Havia uma boa quantidade de público no começo da noite mas, com os atrasos na programação e a madrugada chegando, foram poucos os que resistiram até o final.
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| "Corpo Manifesta" Foto: Pâmela Guimarães |
Por volta das 03h30min dei início a da performance "Corpo Manifesta" sob olhares sérios e atentos do público que compartilhou comigo a primeira apresentação deste trabalho e meu retorno a performance depois de alguns meses de dedicação à encenações e à dança. De início fiquei meio nervosa e acabei me atrapalhando com algumas palavras na leitura, mas percebi que o público estava comigo o tempo todo, a cada palavra que dizia, a cada imagem que formava, parecia estar chegando em cada um deles.
Foi uma ótima experiência que, com certeza, me trouxe ganhos em termos do crescimento do processo criativo dessa performance que antes mesmo de ser apresentada já teve muitas caras, textos e objetos até sua sistematização para a Virada. Gostaria de agradecer novamente à Rodrigo Dourado, a quem esta performance agradou muito, pelo convite e por todos que resistiram ao cansaço e escolheram assistir performances a ir para um show de uma banda famosa.
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| "Corpo Manifesta" Foto: Pâmela Guimarães |
Gostaria também de expor aqui um pequeno comentário sobre a indignação de minha parte com relação aos jornais natalenses que preferem ocupar suas colunas com nomes da bandas de axé e aniversários de socialites a olhar para o viés dos objetos artísticos que são produzidos na cidade para além dos Clowns de Shakespeare.
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